Basta um vôo de cerca de
duas horas para que mais da metade de um sonho esteja realizado. Ao chegar a
terra dos Keane, começamos a sentir uma atmosfera diferente, uma mistura de
ansiedade com uma alegria desesperante. A Inglaterra excita o coração de qualquer
pessoa que mantém viva a juventude. Roupas, aparências, pessoas, comidas, paisagens,
tudo tão singular, e coabitando em simetria entre o antigo e o moderno. É dali quem
vem a banda que passamos dias, meses e anos a admirar.
Viagem a Bexhill
Desde
que surgiu a música Sovereign Light Café, ainda durante a tour Perfect
Symmetry, onde ela foi tocada algumas vezes, surgiu uma imensa vontade de um
dia visitar este local … depois que o vídeo foi lançado essa vontade tornou-se
cada vez mais forte e foi então que decidimos incluir esse passeio na nossa aventura
em terras britânicas!
E lá
fomos nós até Bexhill … depois de algumas pesquisas, decidimos apanhar o
comboio em Victoria Station, e levamos mais ou menos 2 horas a chegar a estação
de Bexhill, a viagem muito agradável, com paisagens lindas, muito verde,
campos de golf, muitas vaquinhas e ovelhas e já quase chegando ao local, conseguimos
avistar o mar! Chegando a estação decidimos seguir em direção ao mar e lá
procurar o já “famoso” café, nos deparamos logo com o De La Warr Pavilion ainda
um bocado longe, este foi o local onde os Keane iniciaram esta tour, foi onde
apresentaram em primeira mão o novo álbum Strangeland, um local muito bonito, numa cidade a beira mar muito cativante, quanto mais olhavamos e caminhavamos,
mais íamos reconhecendo os locais presentes no vídeo, incluindo também o
bandstage falado na canção (o coração), onde também decidimos tirar fotos,
claro!
Ainda
um bocado sem rumo, achavamos que o café ficava do lado oposto ao pavilhão, eis
que de repente em meio a chuva e ao vento, que praticamente destruiu os nossos
guarda-chuvas, avistamos algo ainda longe, mas que de imediato gritamos ... “ALI
ESTÁ ELE!”
Conseguimos
lá chegar, entramos e rapidamente arranjamos uma mesa e começamos a analisar o
local, descobrimos a mesa onde costumavam sentar, e assim que ficou vaga,
corremos para lá, fomos super bem atendidas, a senhora dona do café, a dona
Stella, uma simpatia, adorou saber que eramos fãs de Keane e que vinhamos de
Portugal e ainda nos mostrou algumas
fotos que a banda em agradecimento assinou e lhes ofereceu. Ali ficamos algum
tempo, observando, conversando, comendo o famoso “Fish & Chips”, e sonhando
com os concertos que ainda viriam …
"fotografia exposta no café com uma mensagem para todos os visitantes"
8 de Junho
Num ambiente frio e
chuvoso, sobrevivemos felizes da vida a uma fila de 13 horas de espera para a abertura das portas da
Brixton Academy. Fãs de Portugal, Alemanha, Espanha, Brasil, França, Holanda,
formavam pelo menos os 20 primeiros da fila, e orgulhosamente,
passamos as horas a gastar o nosso inglês e a compartilhar emoções, conhecendo outros fãs, todos invadidos por um sentimento de
companheirismo e amizade. Algumas vezes
saímos da fila para ir comer no maravilhoso cafézinho italiano de
esquina o 'San Marino'. Brixton é um sítio
bem movimentado, com todo o tipo de comércio à volta e uma estação de metro que
torna o acesso à tudo muito mais simples e fácil. Podíamos sair à vontade e a
fila continuava organizada, o que é muito importante.
Enquanto estavamos na
fila, avistamos uma pessoa que se aproximava a pé, provavelmente vindo do metro.
Ele vinha de óculos e mochila nas costas e uma pasta nas mãos, e quando nos demos conta, fomos
surpreendidos, era simplesmente Tim Rice-Oxley, que muito docemente
cumprimentou-nos com um “Hello guys”.
Não após muito tempo passa por nós o fotógrafo amigo da banda,
responsável pela artwork no novo álbum Strangeland, Alex Lake, como sempre
muito querido e simpático veio cumprimentar-nos e perguntar como estávamos, e
comentou sobre o tempo que realmente estava muito chuvoso, como se isso fosse novidade por lá. Após a passagem de
Alex, fomos outra vez surpreendidos pela passagem de Tom Chaplin, dentro de um
táxi, que olhou-nos com um ar de satisfação e alegria. Após este momento, foi
a vez de Jesse Quin passar por nós, e
também vinha descontraído com o seu chapéu preto e Ray Ban, caminhando pela rua
e cumprimentou-nos com sua simpatia (e ia a andar bem rápido pois o mesmo
disse-nos que estava atrasado). Ficamos aguardando Richard passar também, mas ele avisou através do twitter que estava adoentado e não podia apanhar frio e por isso não iria a fila nos cumprimentar, como sempre muito atencioso!
Por volta das 18hs começavam as movimentações para a entrada no recinto e uma
equipa de jovens da companhia telefónica O2, distribuiam brindes para as
pessoas da fila. Pulseirinhas com o nome dos Keane, gomas, panfletos,
etc...isso sim foi uma boa maneira de melhorar nossos ânimos que após tantas
horas de espera, estavamos no auge da ansiedade, visto que dentro de poucas
horas estaríamos a assistir os Keane em palco.
As 19 hrs em ponto deu-se
a aberturas das portas, a entrada foi tranquila, éramos orientados por uma
vasta equipa de seguranças que não permitia qualquer tipo de correria, ainda
mais que a Brixton Academy é extremamente escura e pouco víamos o chão que pisavamos. Já dentro da sala, o nosso lugar estava garantido, a bandeira de Portugal na grade, tudo a postos, era
só esperar mais um bocado para o espetáculo começar ...
Às 20 hrs, a banda de
abertura Zulu Winter entrou em palco, que com uma energia muito boa e um som
espetacular, conseguiu aquecer o público ansioso pela entrada dos Keane. Quem não conhece, vale a pena conferir. Após meia hora de concerto, os Zulu
Winter deixam o palco com muitos agradecimentos ao público e aos Keane pela
oportunidade. Após mais meia hora, exatamente as 21hs, toda a ansiedade é
substituída por um euforia coletiva, ao som da música Baby Missiles da banda
americana The War on Drugs e com as luzes ainda apagadas, finalmente os Keane
aparecem num clima de magia, e a felicidade e a emoção com que sobem ao
palco contagia logo de inicio o público. E começa o concerto...
Começam o espetáculo com You Are Young, que demonstra desde o ínicio ser uma canção poderosa ao vivo, a emoção com que Tom Chaplin entoa cada frase desta letra marcante, é absurda, e quase sempre olhando para o público, alternando apenas alguns momentos em que troca olhares e sorrisos com os seus companheiros em palco.
Logo de seguida "partem
tudo" com Day Will Come que com certeza é um dos momento mais vibrantes do
concerto, esta música ao vivo é contagiante, vibrante, da vontade de cantar aos
gritos junto com a banda, que também não fica atrás na euforia.
Everybody’s Changing, Leaving
So Soon?, A Bad Dream, Bend And Break, This is The Last Time, e Is It Any Wonder?
também tem o seu lugar garantido no alinhamento e nos trás boas recordações, um
sentimento de nostalgia e saudosismo, ouvi-las de novo, ainda depois de tanto tempo,
é gratificante, já tínhamos esquecido como 'Leaving So Soon?' é poderosa ao vivo, um grande
momento! Ouvir Nothing In My Way e We Might As Well Be Strangers é sempre uma
emoção especial, umas das mais belas canções dos Keane.
Perfect Symmetry foi
igualmente especial, é sempre com muita emoção que Tom Chaplin interpreta esta
canção, quase sempre procurando alguém no público para trocar olhares, que
faz qualquer mortal tremer nas bases, tamanha a profundidade com que ele penetra
nos nossos olhos. Também tivemos direito a algo que ele já não fazia há algum
tempo, descer até as grades no refrão “wrap yourself around me” e praticamente
se atirar ao público, coincidência ou não ele veio exatamente onde estava a nossa bandeira de Portugal, os dois dias ... é sempre emocionante tê-lo tão perto, a cantar com tanta
emoção.
The Starting
Line, Disconnected, Sovereign Light Café e Silenced By The Night saciam, em
parte, o desejo do público em ouvir as novas canções do álbum, com a bateria e o baixo a mistura ficam poderosas!! E com um dos momentos mais
especiais do espetáculo, Tom Chaplin sozinho entoa o ínicio da música Strangeland,
momento único e cheio de magia, seguido, já com a ajuda da banda de On The
Road, mais umas das canções "pula e parte tudo", cheia de boa energia, que leva o
público ao êxtase.
Especial destaque para Neon
River e Sea Fog, que se no álbum já demonstram serem canções cheias de magia,ao vivo ficam qualquer coisa de espetácular, o coro em Neon River é de fazer ficar com pele de galinha ...
Já perto do fim não
podiam faltar as já carimbadas, Somewhere Only We Know e Bedshaped, cantadas
letra a letra, por cada um dos presentes na sala, em alto e bom som, sob o olhar
atento e emocionado da banda.
Em meio as palavras emocionadas,
Tom Chaplin referiu que há 5 anos atrás estiveram ali no concerto da War Child, e que algo muito marcante aconteceu para os Keane nesta apresentação e com algumas trocas
de olhares, tímidas e emocionadas com Jesse Quin, Tom referiu que na
altura ainda eram oficialmente 3, mas foi neste concerto que o agora 4º integrante
da banda teve a sua primeira participação ao vivo e sob os aplausos e ovações do público, Tom
avistou o cartaz que empunhávamos em homenagem ao Jesse e fez questão de o vir buscar e
entregar a quem era de direito.
O concerto terminou já no encore com a delirante Crystal Ball, havia ainda lugar para uma outra canção no alinhamento que não foi tocada, pois não houve tempo, visto que, entre as canções, o público não parava de entoar gritos e coros de satisfação em meio a palmas, palavras, e olhares emocionados da banda.
9 de Junho
Finalmente o sol resolveu aparecer e permaneceu durante todo o dia, o que facilitou a espera na fila. Desta vez além dos fãs de vários países, também estavam presentes no início da fila os fãs ingleses, sempre fiéis. O passar do tempo foi bastante parecido com o dia anterior, com a diferença de estarmos mais aquecidos, apesar do cansaço acumulado do dia anterior. A entrada na Brixton Academy correu de forma bem tranquila novamente e desta vez a abertura do concerto ficou por conta dos Hoodlums, banda que Jesse Quin já fez parte no passado. Estes, eram bastante animados, com um vocalista acrobata segundo as palavras de Tom Chaplin, possuem uma performance ao mesmo tempo doce, agressiva e divertida. Escondido na escuridão do palco, Jesse Quin assistia-os cheio de satisfação e alegria, até que eles referiram o nome do Jesse com algumas brincadeiras à mistura e agradeceram a banda a oportunidade de estarem ali.
Tudo a postos e lá estava a banda de novo em palco, cheios de disposição para nos brindar com mais um espetáculo único!
A setlist foi bem parecida com a do dia anterior, mas desta vez tivemos
direito a ouvir Spiralling em vez de Nothing In My Way, que no concerto do dia anterior, não tinha sido tocada, por falta de tempo, gratificante ouvi-la de
novo ao vivo, sempre muito divertida e empolgante, especialmente no refrão “Did
You wanna be a winner ...” onde a voz de Tom Chaplin parece entoar por kms de
distância.
O concerto decorreu muito empolgante e cheio de energia, como já estamos habituados, mas se tinhamos dúvidas que a banda conseguiria fazer melhor que o dia anteriror, estavamos prestes a descobrir que sim!
A banda esteve sempre atenta a tudo que se passava no público, atenta aos cartazes que os fãs traziam, as bandeiras de vários países, Tom Chaplin faz questão de ler todos e agradecer, citando a nossa bandeira de Portugal em tom de agradecimento pelo apoio, ele estava atento a tudo, a todos os cartazes, inclusive os que não eram pra ele, como os muitos pedidos ao Rich pelas baquetas, que ele gentimente atendeu entregando em mãos cada uma delas, e uma carta para o Tim que atiraram no palco, Tom fez questão de ler as primeiras linhas, arrancando sorrisos do Tim ... neste dia também tivemos direito a uma maior proximidade com Tom Chaplin que muito empolgado veio novamente as grades sentir a energia do público mais de perto, e por momentos permaneceu ali de costas para o público, apoiado no palco, virado pra banda, assistindo, como se fosse apenas mais um fã ... Jesse Quin decidiu acompanha-lo nesta aventura, e também desceu até as grades e veio sentir mais de pertinho a nossa energia, tudo isso sob os olhares atentos de Richard e Tim que se calhar, desejariam fazer o mesmo, se lhes fosse possível ...
A banda esteve sempre atenta a tudo que se passava no público, atenta aos cartazes que os fãs traziam, as bandeiras de vários países, Tom Chaplin faz questão de ler todos e agradecer, citando a nossa bandeira de Portugal em tom de agradecimento pelo apoio, ele estava atento a tudo, a todos os cartazes, inclusive os que não eram pra ele, como os muitos pedidos ao Rich pelas baquetas, que ele gentimente atendeu entregando em mãos cada uma delas, e uma carta para o Tim que atiraram no palco, Tom fez questão de ler as primeiras linhas, arrancando sorrisos do Tim ... neste dia também tivemos direito a uma maior proximidade com Tom Chaplin que muito empolgado veio novamente as grades sentir a energia do público mais de perto, e por momentos permaneceu ali de costas para o público, apoiado no palco, virado pra banda, assistindo, como se fosse apenas mais um fã ... Jesse Quin decidiu acompanha-lo nesta aventura, e também desceu até as grades e veio sentir mais de pertinho a nossa energia, tudo isso sob os olhares atentos de Richard e Tim que se calhar, desejariam fazer o mesmo, se lhes fosse possível ...
O momento final estava prestes a chegar, pondo fim a nossa aventura, ainda tivemos direito a um sorriso e um "thumbs up" do Tom quando mostramos um cartaz que dizia "See you in July".
E terminaram mais uma vez com Crystal Ball, que sinceramente, é a canção perfeita
para se terminar um concerto, deixando o público com a adrenalina a mil.
Ao sair
do recinto as pessoas ainda carregavam um sorriso rasgado no rosto, e com certeza, o desejo de os ver de novo, muito em breve!
"fotografia tirada do palco pelo bateirista Richard Hughes"
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